Madrugadas da Av. Conde da Boa Vista
Numa esquina uma travesti faz seu ponto,
Na outra, uma prostituta atende carinhosamente um cliente,
E, fugido de um manicômio, passeia um sorridente demente,
E a bela jovem oxigenada diz: é 50 conto!
Próximo a uma parada de ônibus passa um caminhão da limpeza,
Os garis recolhem os lixos produzidos durante o agitado dia,
Enquanto um mendigo dorme na frente de uma loja de miudezas,
E, num bar, um grupo de velhos boêmios cantam a nostagia.
E, eu, um mero escritor, contemplo tudo com tristeza e alegria,
Pois sei que na noite seguinte aquele cenário se repitirá,
Então, repetindo-se, transparecerá uma excêntrica harmonia,
E se houver alguma mudança, somente o futuro nos dirá.
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