Pássaro Roto.


A Alma que não voa,
A Si mesmo condena

Pois tendo as asas
Carecem das penas

Em plumagens rotas
A mísera escravidão,

Em dores e angústias
A roupagem se revela.
Às chamas plenas,

Quando abrasadas
A alma queima,
Incandesce!

No âmago profundo
Aquém, num lodo.
Em um poço fundo

Aonde desce...

E a gaiola por agora
Nessa nefasta hora,

Em outro mundo
Onde o nada floresce.

A sepultura é quem perdura
Indiferente ao que murmura,

E se almeja a sua pluma
Num esforço conjunto

De esperança desta asa
Em derradeiro voo,
Conduzir a ave enfim pra casa.

Adonis Yehrow
Enviado por Adonis Yehrow em 29/03/2013
Reeditado em 31/05/2013
Código do texto: T4214174
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