Devida solidão
A tensão,
Nos deixou vulneráveis,
Como erupção
Nada afáveis.
Tirou uma parte,
De nossa carne,
Assim pela arte
Em escarne.
Endureceu,
Nossos corações,
Amadureceu
Nossas emoções.
Causou vazio,
Gélida sensação,
Assim como um rio
Sem rumo, a mercê da percepção.
Ensinou,
Da forma mais árdua possível,
Calculou
Uma tempestade horrível.
Naufragou,
Toda minha razão,
Intensificou
Alucinação.
O frio atormenta,
A fome causa ilusão,
A madrugada ciumenta
Tomando vidas, dentro de sua permissão.
E os choros são ouvidos,
Como vozes de libertação,
Entendidos
Assim como sinos badalando.
O ar,
Às vezes ficando rarefeito,
Para dobrar
E nos ferir no peito.
Ainda lutamos,
Por qual seja a razão,
Um objetivo
Que venha do coração.
Aquele sonho,
Que longe já não nos toca, impulsiona,
A dificuldade
Muitas vezes impressiona.
Uma solidão,
Que precisa ser curada, afanada,
Para que deixe de ser gelada
Do mesmo modo que, na madrugada.