Em mim.
Meu peito, coração á dentro
abismo emergente,
longe de mosteiros ou templos
oculta lá no recôndito ser em mim presente,
um silêncio latente.
Sentidos, saberes certezas,
tudo sem nome, apenas pura presença
sem dogmas á aprisionar o que é livre por natureza,
como a uma represa,
águas profundas á agitar
a ignorância que ainda teima a fincar...
... suas raízes...
(...) entretanto o real desejo é mais forte,
o de ser sobre o ter, o de ser sobre o está,
fazendo-se ser sem medo,
tal como lobo selvagem
que por noite obscura á fora
deleita-se no manto da escuridão
cantando com uivos ao luar.
Assim vou a caminhar, por dentro de mim mesmo,
floresta á dentro a encontrar
o que perdido e escondido em mim estar,
gritos de bem-vindo a assolar meu silêncio
sobre olhos mergulhados em trevas do Eu,
a luz a reluzir por si mesma.
Fora tudo é nada, dentro nada é tudo de forma tenaz
útero pelo qual o nihil em mim
assim, tudo cria, tudo faz, tudo guarda, tudo refaz...
Fiat nihil...