postigo emperrado
preciso sentir alguma coisa,
se não escrevo torto, sem jeito
as portas da imensidão do mundo
estão com defeito
me perco num paraíso
cuja graça é parar com isso,
com essa coisa de encontrar em alguém
o que não trago comigo,
de me alegrar com o castigo
de adormecer com o amor
pra de manhã dizer:
pra onde fugiu a dor?
adorei esse teu jeito
sacana de cooptar com o que digo,
imaginando-o sincero,
tal como esse postigo
que sei que não vai abrir...