Acalme-se, Não Tomarei a tua Cadeira

Sim, senhor onisciente, criatura superior,

Ó, homem das "Letras", letras velhas e decadentes,

Letras oportunistas e, de fato, pseudo-contundentes,

Sois fardão, sois ambição, sois esplendor.

Mas vós dizes: "- Porque a cultura isso..."

Dizes também: "- Porque a Literatura aquilo..."

Ora, sois o próprio verbo, a própria língua,

Julgas ser o ditador da realidade e da vida.

Porém, te afastastes do povo pobre,

Renegastes a faxineira, o pedreiro, o marcineiro,

Falas do amor, da felicidade e do desejado dinheiro,

E esquecestes a vida de quem sofre.

Bravo! Palmas, senhor das "Letras", és virtuoso!

Mereces teus prêmios, teus diplomas, teus méritos,

Sim, és imbuido de todos os almejados créditos,

Vamos... sentas aí... sim, é de fato o teu lugar,

Ficas aí.. parado, pensativo, apenas a nos contemplar,

Olhando-nos daí de cima, isso: indiferente, intransigente,

Com os teus "honrosos" valores sólidos e pseudo-evidentes.

*Poesia para um acadêmico que me descrimina.

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Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 28/10/2006
Código do texto: T275868