Acalme-se, Não Tomarei a tua Cadeira
Sim, senhor onisciente, criatura superior,
Ó, homem das "Letras", letras velhas e decadentes,
Letras oportunistas e, de fato, pseudo-contundentes,
Sois fardão, sois ambição, sois esplendor.
Mas vós dizes: "- Porque a cultura isso..."
Dizes também: "- Porque a Literatura aquilo..."
Ora, sois o próprio verbo, a própria língua,
Julgas ser o ditador da realidade e da vida.
Porém, te afastastes do povo pobre,
Renegastes a faxineira, o pedreiro, o marcineiro,
Falas do amor, da felicidade e do desejado dinheiro,
E esquecestes a vida de quem sofre.
Bravo! Palmas, senhor das "Letras", és virtuoso!
Mereces teus prêmios, teus diplomas, teus méritos,
Sim, és imbuido de todos os almejados créditos,
Vamos... sentas aí... sim, é de fato o teu lugar,
Ficas aí.. parado, pensativo, apenas a nos contemplar,
Olhando-nos daí de cima, isso: indiferente, intransigente,
Com os teus "honrosos" valores sólidos e pseudo-evidentes.
*Poesia para um acadêmico que me descrimina.
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