Prosa, Verso; Converso e Desconverso
Não quero os elogios dos teóricos e acadêmicos,
Respeito-lhes, contudo, escrevo para mim e para o povo,
Povo de poucos critérios, honrarias ou medalhas de ouro,
Reconhecimento?! Julgo algo vago, pretensioso, endêmico.
Ou seria anêmico? Sonho de autores quase neurastênicos,
Se eu sou do povo, quero ouvir apenas a opinião do povo,
Povo sofrido, povo honroso, povo arroz e feijão, povo ovo,
Seja velho ou novo. Logo, fujo dos anseios helênicos.
Prosa, verso, converso e desconverso a minha tão provável fama,
Mas sim, eu sou assim: ação, reação, escuridão, claridade, sujo e limpo,
Nas minhas palavras amo, odeio, beijo, execro, sou reto ou minto,
Poeta marginal?! Não, senhor pedestal, sou mesmo é poeta luz e lama,
Lama-chama, lama-fama, lama-cama e, convenhamos, lama-grama.
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