Camicase

Vês, mas um homem se desespera e se lança a um chão frio

Sinto-me assim como ele: extremamente frágil!

Meus pensamentos são vagos e a inexatidão da vida me aborrece

Não espero em meu futuro e já não tenho anseio de vida

Incrível! Como um corpo tomba diante da amarga apatia...

Estou cansado da inconstância, dessa oscilação repentina de humor

Desse marasmo encravado em minha cabeça,

Que me faz sucumbir como um camicase sem alvo

A dor se fez a minha maior companheira:

Há tempos não consigo viver alegre

Pois um fantasma permanece a espreitar meu quarto

Trazendo-me aquela minha velha dor de parto

Vês, como pode um homem perder a sua alma para uma sombra,

Lançando-se na escuridão desse desconhecido:

Será o sonhar na existência de algo melhor depois da morte,

Ou é para, ao menos, fugir desse castigo?

Eduardo César

Eduardo Cesar
Enviado por Eduardo Cesar em 21/03/2010
Reeditado em 27/07/2015
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