Camicase
Vês, mas um homem se desespera e se lança a um chão frio
Sinto-me assim como ele: extremamente frágil!
Meus pensamentos são vagos e a inexatidão da vida me aborrece
Não espero em meu futuro e já não tenho anseio de vida
Incrível! Como um corpo tomba diante da amarga apatia...
Estou cansado da inconstância, dessa oscilação repentina de humor
Desse marasmo encravado em minha cabeça,
Que me faz sucumbir como um camicase sem alvo
A dor se fez a minha maior companheira:
Há tempos não consigo viver alegre
Pois um fantasma permanece a espreitar meu quarto
Trazendo-me aquela minha velha dor de parto
Vês, como pode um homem perder a sua alma para uma sombra,
Lançando-se na escuridão desse desconhecido:
Será o sonhar na existência de algo melhor depois da morte,
Ou é para, ao menos, fugir desse castigo?
Eduardo César