Crendo e cantando
Uma sombra negra’esguia falava da tristeza,
qu’a cicatriz d’ausência calari’em meu rosto,
sem racimo de sol como ela, sem um encanto
como látego do tempo distanciando a beleza!
Foi assim,desenhand'a cicatriz da nostalgia,
uma nuvem deformada, escura feito sombra,
vazia tal rio sem regueira,onde meu olhar ia
vestind’os murmúrios duma canção de pedra!
Noite ou dia não sei, oando, pássaro de fogo,
um último adeus que incandesceu o sonho suave
me trouxe saudades d’anseio por ond’eu divago,
atrás da luz que faça meu coração'alma graves!
Como toda alma carece d’uma esfera de cânticos,
naquela sombra sem voz chamei os hinos brancos
a preencherem o silêncio,mais lento que a morte,
mais frio qu'a desesperança d’estiada sem sorte!
Nem chuva, rio, alvor que m’ascendesse o sonho,
tão pouco o balão de fogo que clareasse caminhos,
apenas a minha canção entrava na canção da vida,
doce, ecoando, tal sussurro chamando a alvorada!
Súbito,minh’alma vejo inundada de brilhos e ecos,
a força augusta veio acordá-la par’o esquecimento
da cicatriz d’ausência,cambaleando entr'os sulcos.
Cântico sagrado! Preciso cantar e crer n’ Encanto!
Santos-SP-18/07/2006