A BELEZA DO OCASO
Eri Paiva
 
Quantas vezes, os afazeres deixamos
Para apreciar um momento de beleza
No horizonte acontecendo. É o ocaso!
Envoltos, não atinamos para a certeza
De que, de fato, tal momento é o prazo
Para que o dia faça a sua passagem...
Isto é uma lei. Não ilusão ou miragem.
 
 
Ocaso não é propriamente o fim do dia,
Que é luz, que é calor, intensa claridade.
O dia, já se sabe, continúa do outro lado
Dando lugar ao ocaso que, em verdade,
Supre a ausência de algo não terminado.
Ocaso não é tristeza, é paz, é quietude,
É a certeza de que teremos dias, amiúde!
 
 
A lei da natureza não só rege o seu ocaso.
É dos homens a mesma lei, com certeza...
Ela  faz  a todos deitar o olhar e apreciar
Em silêncio a metamorfose da mãe natureza.
Idêntica transformação um dia se nos dará,
Será o momento do nosso ocaso chegando
E para o lado de lá, nos vai encaminhando!
 
 
Se antes expectador, somos agora cenário,
Onde uma platéia feliz o nosso ocaso aguarda
É o encontro com o nosso grande e melhor dia,
A vida continuando de forma leve, desnudada,
Transparente, plena de luz, repleta de alegria,
Em meio aos que nos amam, como os amigos,
Os velhos conhecidos e parentes tão queridos.
 
Ocaso, síntese da vida! Seu  melhor momento!
A depender do seu estágio, pureza e evolução
Prazeirosos encontros poderão dar-se afinal
Com mestres, seres de luz de outra dimensão
Que nos prestaram auxilio e socorro espiritual.
Preparemo-nos para o nosso ocaso, sem medo
Independente de partirmos  daqui tarde ou cedo.
 
Em Natal/RN/Brasil - 1º./11/2008
 

Eri Paiva
Enviado por Eri Paiva em 20/10/2009
Reeditado em 20/10/2009
Código do texto: T1877445
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