FOGÃO E LENHA

Três décadas já se passaram,

Mas lembro-me, ainda,

Vindo do fogão de lenha da vovó

O cheirinho de comida.

Comida tão saborosa

Que é difícil de esquecer.

Sentava próximo ao fogão

E sentindo prazer,

Via a lenha virar carvão.

No inverno, era na cozinha

Que a família se reunia.

Olhava para a lenha pegando fogo,

Ouvindo o que o vovô dizia.

Lareira de pobre é fogão à lenha,

Que além de esquentar a comida

E acalentar e proteger do frio,

Deixava toda família unida.

Às vezes, ficava distraído

Com os estalidos que ouvia,

Da lenha ardendo no fogo

De noite e de dia.

Lembro-me da benzedeira,

Que pra tirar o quebranto,

Pegava uns pedacinhos de brasa

Os colocando n’água, num canto,

E elevando o pensamento a Deus,

Os pedacinhos afundavam

Acabando com os males meus.

E onde houver uma benzedeira

Você pode procurar,

Pois um fogão à lenha

Você vai encontrar.

UM ESPÍRITO DE LUZ