RECADO NA LÁPIDE
Aqui jaz uma mulher que viveu incondicionalmente,
Uma mulher que acreditou em tudo e nada temeu.
Aqui jaz uma mulher que teimou na vida,
Acreditou no amanhã,
Lutou até não mais poder.
Aqui jaz uma mulher de sorte.
Que amou e foi amada,
Mentiu e disse verdades
Olhou de frente e seguiu contente
Serrou punhos, matou inverdades,
Acreditou na vida
Sentiu muitas saudades.
Aqui jaz uma mulher sem rumos,
Que dançava ao sabor do vento,
Voava na imaginação
Saboreava cada pedacinho da vida com paixão.
Aqui jaz uma mestra na vida,
Uma artesã de almas,
Sempre uma grande amiga,
Uma mãe obstinada.
Vivendo cada dia de forma abnegada
Enfim...aqui jaz uma águia errante
De coração suave e gestos infames.
Que jamais deixou de ser mulher,
Jamais se negou, jamais escondeu sua dor
Mas que amou...ah!!! Como amou!!!
Aqui jaz um corpo, apenas, saciado pelo amor,
Um corpo preso a uma história
Que acaba sem dor,
Deixando histórias, alegrias e sonhos
Aqui fica um corpo que jaz inerte
De onde uma alma colorida se ergue
Para voar para o horizonte distante
E dizer adeus com seu sorriso indiferente