ENTERRANDO MORTOS
Eu sabia da necessidade.
Da urgente necessidade de enterrar os mortos.
Pútridos e malcheirosos.
Enterrá-los num poço fundo.
Antes que acabasse meu mundo.
Enterrá-los...enterrá-los sim ao som de um trompete.
Ou ao som choroso de um violino.
Mas enterrá-los antes que fosse tarde.
Antes que tudo virasse morte.
Tremulavam flores no adeus definitivo.
E era para minha alma o lenitivo.