Própria visão
E assim ela se via no espelho, em total desarmonia e desmazelo.
Cabelos embaraçados, maquiagem borrada devido ao seu rosto tristemente suado.
A pele era tão branca, parecia um cadáver,
Dedos longos e finos, um corpo nem magro nem gordo, em suposto desalinho.
Ficou ali, parada, encarando seu reflexo no espelho do banheiro,
Enquanto o vapor da água quente do chuveiro enevoava tudo
E embaçava o espelho,
Deixando o que ela ali via, no momento,
Mais borrado, incerto e manchado.
Um triste coração solitário.