Desilusão II

O que dizer agora

se o nada tomou conta de mim?

Meu corpo chora

minha lágrima ignora

esse pranto sem fim.

Nem sequer colabora

para aliviar

essa enorme bola

entalada na minha garganta

bloqueando todo o ar.

Tudo me desencanta

desarmoniza meu ser.

Eu, sem parar

tento controlar

ignorar

todo o sentir

daquilo que estava por vir.

Era a desilusão à galope

combinação falida, foi o golpe

que insistiu em repetir.

A tua boca dizendo

palavras soltas ao vento

rebatendo no meu peito

escudo imperfeito

pra essas coisas de amor

e dor.

Junto pedaços

agora cacos

pelo tempo desgastados

pois não foi a primeira vez

que o encanto se desfez.

Tento preencher o nada

com pensamentos,

calada,

expressos como alento

em frases formadas

elixir da tristeza instalada.

Início de depressão

momento de solidão

rodeada de tanta gente

indiferente.

De repente,

tu poesia

me entendes

e como uma vidente

me abraças docemente

abrindo tuas portas para mim.

Naiara Barbedo
Enviado por Naiara Barbedo em 22/01/2008
Reeditado em 23/01/2008
Código do texto: T828305
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