O Rio

Abro os olhos para receber mais um raio de sol pela janela

Talvez eu queira desaparecer

Esperando a brisa da manhã me trazer o aroma de outono

Ainda existem quatro estações? Já nem sei dizer

Eu bebia da felicidade que era farta

Mas sujaram o rio com razões para me intoxicar

Medos, incertezas, lamentações, culpa

Precisei morrer um pouco para tolerar

Eu ainda assim não compreendo

Tantos anos sem chover aqui

O rio se tornou pequena poça

Eu sinto falta da promessa de sorrir

Em minha ausência

Me acostumei a curar outras pessoas

A ferir outras também

Mas não me acostumei

A ser deixado para trás, pequena lagoa

Incendiado pela dor

Promessas não mais ouvirei

Apenas desejarei me deitar e sonhar com o rio sem fim.

Psycho Vincent
Enviado por Psycho Vincent em 14/06/2024
Código do texto: T8085593
Classificação de conteúdo: seguro