Náufrago
As noites estão se tornando longas.
Longas horas onde a maré está agitada.
O remo já está pela metade.
E tudo parece tão desperdiçado.
Ouço gritos ao longe.
Me pareço estar próximo a uma margem.
Pego no sono e outra vez a salvação é perdida.
Em um imenso oceano de vazio e repleto por monstros... sobrevivo.
Mesmo que a vontade seja mergulhar e deixar a água tomar tudo.
Relaxo, os tubarões não se alimentam sem chamarmos a atenção deles.
Mantenho-me em silêncio.
Ouço gritos outra vez.
Aperto aos olhos e não vejo nada.
Em meu peito, mais uma madrugada fria, sombria, solitária.
E em meu barco, a água não para de tomar conta de todos os cantos.
Chanceler crivo