CIRCUNSPECTA
Nessa tardinha, morna e triste
Minh'alma quase assossegada
Embora pensamento em riste
Vislumbro ao longo da avenida
Sua silhueta solitária, vindo
Em meio a outras tantas, perdida.
Há uma chuvinha passageira
Própria das tardes de verão
Molhando sua alva cabeleireira
Será que viesses me ver?
Eu fico inquieta e toda prosa
Anseio teu abraço me prender
Mas o vulto quando se avizinha
Faz-me despertar da tal visão
Era fantasia da mente minha
Circunspecta, em meio a quietude
Desejos e pensamentos cerceados
Conter lágrimas n'olhos , não pude.