INTERMINÁVEL

Sentou-se à mesa,

Porém não tinha fome...

Era ela e a tristeza,

E a saudade do seu homem.

Olhou o prato vazio

Olhou a vazio horizonte,

Sentiu um leve arrepio

Lembrando o saudoso ontem.

Duas almas entrelaçadas.

Hoje, dois corpos separados...

Uma paixão dilacerada...

Um coração despedaçado...

Ficou ali sózinha e estática,

Sedenta de beijos e carinhos...

Nessa vida enigmática,

Porque rosas têm espinhos?

Se o sonho é tão lindo.

Porque inventou-se o pesadelo?

Viu-se num segundo até sorrindo

E afagando seus próprios cabelos

Onde estaria ele agora?

Em que nuvem se escondia...

Queria tanto estar lá fora,

Buscá-lo até o raiar do dia!

Mas as pernas eram estacas,

Fincadas no solo da solidão

E um temporal de afiadas facas

Precipitavam em seu coração.

Naquela noite, outra, insone!

Esperava um chamado, em vão.

Deseja ouvir o toque do telefone

E tê-lo de novo em sua mão

Levantou-se, enfim da letargia,

Caminhou em direção à saída...

Lutando contra aquela agonia,

Que se abateu sobre sua vida

Chegou à porta e sorriu

Para seu retrato na parede!

Finalmente ela decidiu:

Iria saciar com avidez aquela sede

E foi de encontro à porta,

Com uma certeza inegávell:

Se a esperança não era morta,

Esse amor seria interminável!