A TEMPESTADE
Foi um querer quase pálido
A recusa ficou abaixo
Da pequena camada de poeira
Mas aconteceu.
Dias se passaram e a comida
Cada dia mais insonsa
Tempo amigo da onça
Tapas nas costas e traição traçada
E foi assim
A tempestade toda tarde
Se anunciava.
Chegou o dia
A rima que antes nem precisava
Teve a falta sentida
Contração no peito
Vômito de ressentimentos
E a porta da gaiola aberta.
O jeito, o único jeito
Foi sair e enfrentar as trovoadas
Juntando-me
Aos pássaros em revoada.