Desvanecendo na Solidão
Tentar começar por movimentos leves
Acostumar com a dor, não deixá-la me consumir
Se alguém me olhar nos olhos, irei sorrir
Não se pode esperar alegria sem consequências, nem se deve
Eu continuo com uma vergonha entrelaçada
As mudanças de amores não recebidos
Apenas fingirei ignorância aos olhos distraídos
Quando tudo ficou cinza, minha vida valia nada
Se eu pelo menos aprender a conviver com o peso
De desperdiçar o hoje no ócio de uma mentira
Que será abandonada no esquecimento com minha ira
As lembranças que abandonarei no limbo com desprezo
Via três sinais
Três luzes de esperança
O túnel pode não ter saída, mas sabotei com destreza
Cada passagem por onde eu ia
A memória do conforto que me acendeu a alegria
A presença da vulnerável flor que protegeria
A clareza da corajosa chama que me aquecia
Meu mundo não é apenas cinza, mas
Desaprendi a acreditar em ser amado
Eu vi os pilares da paixão e da certeza
Junto da coragem de transformar em beleza
A ansiedade e o medo de transbordar de tristeza
O primeiro pilar da minha alegria se formou
Forjado pelo tempo e pela tragédia
Mas escalei e no fim nada me espera
Além do que já encontrei na trilha
O segundo pilar estava em brasas
Como a fagulha para ativar uma bomba
Mas a indiferença gerou desespero
Que me fez congelar e apenas encarar
As feridas nos meus dedos como tolo devaneio
Logo o terceiro pilar era da cor do fogo
Mas eu não arriscaria acender a luz da verdade
Deixe-me com a ilusão da derrota
Não me importa mais, apenas aprecio sua boa vontade
Eu continuo perdendo o chão
E meu ser desaparece no desfocado mundo cinzento
Eu já não sei mais ou que sou, me desfazendo
E perdendo contato comigo mesmo.
Eu queria amor, mas, eu só lamento
A vida é sofrida, a solidão é meu sofrimento