Copo Inerte
Dava pena ver,
Uma cena lamentável,
Um homem bêbado,
Com um copo falava.
Pareciam velhos amigos,
O homem, o copo fitava,
E então desabafava,
As dores de sua paixão.
Muitas lágrimas jorravam,
A sua face inundada,
Ouviam-se soluços,
Era uma dor nefasta.
O copo ali, inerte,
O homem insistia, perguntava,
Queria saber de sua amada,
Mas o copo, o ignorava.
O homem sem esperanças,
Ao copo suplicava,
Em goles de desespero,
Descontrolado, agonizando, jazia.
Suas forças se exauriam,
Suas mãos trêmulas, debruçou-se,
Sobre a mesa, desfaleceu-se,
Um flagelo, e o copo inerte, assistia.
Samu Franco