Sem sentido
Arrancar dentro do peito a aflição
O tremor da dúvida, o sofrimento
Ver o futuro no brilho da ilusão
Dum punhado de areia solta ao vento!
Sonhar alto como o pensamento
Tão puro como o mote de oração
E dizê-lo aqui num verso lento
Para embalar na dor o coração…
Mas são secas folhas os meus versos
De rimas tortas, enredos dispersos
Com que engano a todos e me minto
Quem dera ter meus olhos submersos
Na verdade pura, de cristais diversos
Para chorar bem alto aquilo que sinto.