Lágrimas por Paris

As dores que borbulham coralinas no mundo velho;

Retratam a pequenez da alma humana encardida;

Impositiva e dominadora rasga-se o grelho;

Na ânsia da vingança que urge em ser cumprida.

Na terra da liberdade, agora lúgubre e sombria;

Escorrega a surdez das sirenes toda esperança;

Como a clamar a Deus toda inópia que se expia;

Ao fardo como presente recebido de herança.

Seus herdeiros cúmplices agora inocentes;

Desfrutam do amargo gole da imprudência;

Em deságue de incúrias suicidas mais frequentes;

Como a clamar o amor em advertência.

E pela chaga do imperialismo cultuado;

Resulta em ódio milenar e insana loucura;

Animado na alarvaria do terror incansado;

Sucumbe toda fé e rasa candura.

Teremos sonhos pós hostis atendados?;

Perdemos um pouco de nós pelas vidas roubadas?

E nem sequer merecemos sonos atormentados;

Pelas vidas perdidas as nossas foram atadas.

A lição nasce injetada em superdoses;

Na carnadura frágil nem tampouco fiel;

Que jaz fétida no asfalto das psicoses;

A emudecer o Louvre, a esconder Eiffel.

Marcelo Taranto
Enviado por Marcelo Taranto em 26/02/2021
Reeditado em 28/02/2021
Código do texto: T7193835
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