BORBOLETAS BRANCAS (1): Ondulação

Diante de um tão vasto mar,

Pés na areia dessa praia,

No pôr-do-sol que se esvai,

Vejo o azul que se espraia.

Traço, à linha do horizonte,

Uma finitude inversa,

Onde aqui as ondas não passam,

Mas que de lá atravessam.

O que me atiça o desejo,

De descobrir se água pensa,

Ou se 'inda guarda consigo,

Dos humanos uma crença:

Onda que vai e que vem,

Mexe-se, levanta e corre,

Vem chegando até a beira,

Da praia e, assim, logo morre.

Leandro Severo da Silva
Enviado por Leandro Severo da Silva em 17/02/2021
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