BORBOLETAS BRANCAS (1): Ondulação
Diante de um tão vasto mar,
Pés na areia dessa praia,
No pôr-do-sol que se esvai,
Vejo o azul que se espraia.
Traço, à linha do horizonte,
Uma finitude inversa,
Onde aqui as ondas não passam,
Mas que de lá atravessam.
O que me atiça o desejo,
De descobrir se água pensa,
Ou se 'inda guarda consigo,
Dos humanos uma crença:
Onda que vai e que vem,
Mexe-se, levanta e corre,
Vem chegando até a beira,
Da praia e, assim, logo morre.