SILÊNCIO

Vacilo, nada ouço.

Borborínhos cessaram,

Será a noite em dormência,

O repousar de corpos cansados,

Que o sono acolhe em silêncio?

Não, não é, pois vejo claridades,

Paredes são meus anteparos,

Mesmo frias separam ambientes,

E num deles tive emoções,

E meu coração tinha afinidades.

Olho, quero sentir vidas,

Quem sabe o cantar dos pássaros,

Ou a brisa que soprava devagar,

Trazendo o perfume das flores,

Mesmo que distante estivessem,

E delas sempre tive doces afinidades.

Aquele amor que antes vivi,

Sempre aqueceram dois corações apaixonados,

Até que num repente a realidade aflorou,

E numa profusão de lágrimas escorrendo,

Chorei aquela linda criatura que tanto amei.

Partiu sem que visse sua vida cessar,

E Deus à levou para seu Reino de luz,

E daquela criaturinha que foi minha namoradinha,

Ficaram doces lembranças e eternas saudades.

Jairo Valio - 14-10-2020