MANHÃ DE INVERNO

É inverno,

E o mundo encobre-se

Com um ar de mistério,

De melancolia, de saudade,

E em mim, esta nostalgia

Enche-me de tristeza e de sonhos.

Na semi-obscuridade do dia

Que surge entre as matas encobertas

Pela chuva de inverno,

As gotas d’água caem

Das copas das árvores e molham

O chão frio e úmido.

A chuva fina e gostosa

Convida-me a passear

De pés descalços e livres

Pelas estradas de terra, sem asfalto

Que me levam naturalmente

Ao meu passado.

Na chuva, eu posso chorar

Sem ninguém perceber

Pois minhas lágrimas

Nada mais serão que a chuva

Assim como,

As chuvas são minhas lágrimas.

Nas manhãs melancólicas de inverno,

Revivo fatos de minha vida

Contornados com a saudade

Do meu passado distante

E em meus versos,

Transbordo minhas tristezas.

14/01/1992

Manoel de Paula
Enviado por Manoel de Paula em 11/07/2020
Código do texto: T7002703
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