MANHÃ DE INVERNO
É inverno,
E o mundo encobre-se
Com um ar de mistério,
De melancolia, de saudade,
E em mim, esta nostalgia
Enche-me de tristeza e de sonhos.
Na semi-obscuridade do dia
Que surge entre as matas encobertas
Pela chuva de inverno,
As gotas d’água caem
Das copas das árvores e molham
O chão frio e úmido.
A chuva fina e gostosa
Convida-me a passear
De pés descalços e livres
Pelas estradas de terra, sem asfalto
Que me levam naturalmente
Ao meu passado.
Na chuva, eu posso chorar
Sem ninguém perceber
Pois minhas lágrimas
Nada mais serão que a chuva
Assim como,
As chuvas são minhas lágrimas.
Nas manhãs melancólicas de inverno,
Revivo fatos de minha vida
Contornados com a saudade
Do meu passado distante
E em meus versos,
Transbordo minhas tristezas.
14/01/1992