Suspiro de um poeta

Oh! Minha alma te aquietas

Não ver que o teu pensar se perdeu?

Não em linhas de papel branco

Mas, nos tolos e insistentes devaneios meus.

Some com o tempo a alegria do poeta

Lhe resta os vestígios que outrora passou,

E os seus escritos que antes fluiam

Hoje são páginas que o tempo rasgou.

E o som da flauta que entoava no silêncio

Mesmo ao ouvi-la em sonhos se aquieta,

Parece que o som luta para acordar

Um escrito, um rabisco, uma letra, um poeta.

Que houve poeta com tantas canções?

Pergunto a mim mesmo, olhando-me no espelho,

Vejo pegadas sem nenhum porém

Na inércia, no reflexo e no que não desejo.

Soa um pulsar, um todo, um aquém

Tão fraco se põe a olhar o abismo,

Eis que de tanto querer se encontrar

Surge algo a falar em forma de lirismo.

E o poeta assim, então ressuscita

O que havia morrido, alegrias e medos,

E ao final do poema suspira em fim

Entre ele e o eu lírico já não há mais segredos.

Rosi Leonardo
Enviado por Rosi Leonardo em 09/07/2020
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