BALADA PARA MADALENA

Se eu sorrir como quem chora
É que a tristeza me devora de saber
Que partindo de repente foste embora...
E como é que eu faço agora a sofrer?!


Sem teus passos de outrora,
Sem ouvir tuas estórias
O que é que vou fazer?...
Grita a alma, o peito implora,
Em meu ser o luto mora;
Como posso te esquecer?!


Dia e noite (não tem hora)
O Tempo escoa e se arvora em dizer:
- Segue adiante! ‘Inda há vida lá fora!...’
Mas a flor da dor aflora no meu ser:

 

A angústia é sonora
Na canção que se escora
A dedilhar e a planger
A lembrança que por ora
Brota n’alma, feito espora,
Traz tua ausência, bem-querer!


Teu sorriso - luz d' aurora -
Porto onde o barco ancora do viver...
Se dolente de desgosto a alma chora,
Com tua saudade, agora, vou conviver

 

A carpir nos versos desta cantilena
O vazio que tu deixaste Madalena!...
Madalena!... Madalena!... Madalena!...

 

Melgaço, Pará, Brasil, 9 de dezembro de 2019.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo. 
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Ode composta em memória de d. Maria Madalena Figueiredo de Moraes, sogra do poeta, por ocasião de sua entrada, nos Portais Eternos, no dia 7 de dezembro de 2019. Que Deus conforte os corações enlutados!