Tormento
Tenho algo em mim que desconheço
Essa dor que às vezes ri e às vezes chora
Que faz de mim poço de mágoas que não esqueço
E na minha alma a solidão mora
Não há no mundo tristeza maior
E todos os poetas hão de me entender
E chorar na minha cova quando eu morrer
E esses meus versos vão ser
Grito, angústia e tormento
Abraçando quem da morte quer viver
Transformando em poesia o tormento
E se dessa dor eu não morrer
Mesmo chorando vou escrever
Até que reste só poesia e não mais sofrimento.