Em uma noite vazia

Às vezes me deparo com coisas

que estão guardadas no peito,

que deveriam estar lá

e nunca ressurgir.

Mas nas noites vazias,

eu deito minha consciência na cama

e dilacero meus sentimentos aos poucos,

ali naquele quarto, sozinho no vazio.

Eu que sempre fui alguém positivo,

que sempre inspirei pessoas,

sempre fui alvo de elogios,

encontro-me preso naquela cama.

É quando minha insegurança

começa a sangrar,

e eu vejo esse sangue sair do meu corpo,

escorrendo pelo meu rosto.

Seria esse o meu pássaro azul Bukowski?

Engaiolado no meu peito,

esperando se soltar e voar

com o seu canto melancólico.

Um dia Gonzaguinha me disse

que o homem também chora,

mas esqueceu de dizer que

o choro te faz querer se esconder.

É apenas mais um problema que tento resolver.