Calem-se!
Eu vos rogo, calem-se!
Deixai-me ouvir o silêncio
Do lamento da dor que atordoa
O lamento da dor que ecoa
Do amor que se esvai
Vos imploro, silenciai!
Deixai-me ouvir o meu pranto
Que é para ver se me aquieto
E se no sofrimento desperto
Da perda daquele encanto
Deixai-me em paz, vos suplico!
Pois a morte que agora sinto
No vazio precipício presente
Que convida e assola a mente
Diz que é imensa a tristeza, eu não minto!
Pois que traças destruam as palavras
Dos livros que tanto amava!
Que vermes me devorem os sentimentos
E que a terra, se já não lhes era pesada,
Agora os derretam e queimem tal como lava!
Silenciai, eu vos peço.
Apenas silenciai!