Calem-se!

Eu vos rogo, calem-se!

Deixai-me ouvir o silêncio

Do lamento da dor que atordoa

O lamento da dor que ecoa

Do amor que se esvai

Vos imploro, silenciai!

Deixai-me ouvir o meu pranto

Que é para ver se me aquieto

E se no sofrimento desperto

Da perda daquele encanto

Deixai-me em paz, vos suplico!

Pois a morte que agora sinto

No vazio precipício presente

Que convida e assola a mente

Diz que é imensa a tristeza, eu não minto!

Pois que traças destruam as palavras

Dos livros que tanto amava!

Que vermes me devorem os sentimentos

E que a terra, se já não lhes era pesada,

Agora os derretam e queimem tal como lava!

Silenciai, eu vos peço.

Apenas silenciai!

Marise Castro
Enviado por Marise Castro em 26/03/2020
Reeditado em 26/03/2020
Código do texto: T6897329
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