Sujidades
Anoiteceu em mim?
Réstias luminescentes
dão conta do extravio
esse vendaval,
prenúncio para nuvem nenhuma
de algodão
o bolso d’alma saqueado
desesperança!
Furtaram-me o encanto.
Nunca mais meus pores de sol
bestagens eternizadas em flashes
auroras para olhos que não dormiram
melodia da água e a margem,
o canto do rio,
nunca mais telhado de estrelas
cama de mato
o silvo da cigarra na casca de pau
o sonho de ícaro
e o mergulho de Onilé.
O cu da formiga em segundo plano
sou só corpo
vazio de poesia.