OVERDOSE III (uma oração)

Deus, como é triste essa vil selva de pedra,

Na qual em vão vivo a sonhar...

Pois enquanto meu pranto medra;

Passo minha vida inteira a penar.

Na ilusão, minha juventude

Esvai-se por entre meus medos...

Triste e perdida, fico sem atitude;

Sem saber o que fazer, enquanto é cedo!

E tudo o que nessa selva eu vejo,

É que estão a lucrar com essa ignorância

E, na pura maldade sem dó nem pejo,

Ganham também, e, ainda mais com a intolerância

O poderio de empresas bélicas quer consumidor

Meu Deus! Como isso é velho! Desde Sócrates e a cicuta

Não importa se isso causará sofrimento e dor

Mas essa massa falida a ninguém escuta

Que essa ignorância é que lhes consome

Enquanto viram massa de manobra

A fome acaba com o bicho homem

Isso sem contar com a disputa religiosa

Que diferença faz te chamar de Deus, Oxalá, Jeová ou Allah?

Mas, tem muita gente burra ou perniciosa

Que em Teu nome está a torturar, massacrar e, matar

Como se o Deus de lá, não fosse o mesmo de cá!

E, como se não bastasse, esse animal pensante

Alucinadamente, ainda se faz de social alpinista

No querer insano, malévolo e aviltante

Usam os outros como degrau de forma egoísta

E, por mais incrédulo que seja se dizem amigos

Mas, feito porcos viram o cocho onde comem

Tripudiando sorriem e, até aplaudem os inimigos

Transformando-se tudo em bicho lobisomem.

Por que meu Deus? Por que tanta maldade?!

Até onde teremos de suportar tanta injustiça

Não existe mais lealdade

E tudo gira em torno da tal cobiça

Se os grandes e poderosos são errados

Pela paz da humanidade destruir,

Até pelos ditos amigos somos extirpados

No mesmo momento em que estão a nos sorrir.

Pai olha por essa humanidade perdida

E, dá-me paciência e inteligência

Pra segurar minha onda até a partida!