Sua sombra
No passado a ilusão de um amor abstrato
Descrevi meu coração em forma de canção
Guardei uma foto sua num porta-retrato
Sua sombra me persegue sem redenção.
Noite calada, só o breu na imensidão
Quem somos nós, já não somos os mesmos.
E os mesmos, quem seremos na vastidão
Almas sofridas, perdidas no ermo, infermos.
Palavras que nunca foram ditas, e as ditas,
Foram promessas vagas nunca realizadas.
Silenciosamente foi tantas cartas inscritas
Há um amor "distinto" em letras codificadas.
Hoje revirando o passado ainda entorpecido
Percebo minh'alma dilacerada, na solidão
Vejo minha face no espelho, um desconhecido
Alguém lutando para sair dessa escuridão.