Cicatrizes
A lua esconde meus versos no fundo de um coração
que escondo nos relâmpagos onde te procuro.
Cicatrizando o teu recado que doeu mais
que um amor infinito não correspondido,
que o beijo selvagem que não roubei.
Agora o perfume de todos os amanheceres
em que não estavas comigo me empresta nova vida
quando fenece a sombra com a luz do novo dia.
Que se liberte as nossas almas represadas
nas pálpebras de uma infância que não mais canta.
Singrarei por becos escuros onde tuas pegadas
deixaram raízes.
Escreverei o meu destino
com o silêncio dos meus olhos e da tua boca,
saboreando as gotas de chuva que banharam o teu corpo,
quando tua claridade alimentava a minha alma.
Barthes.