ANIMAIS DE BRUTA RAÇA
A coisa se reverte tao feia!
Tao terrível e medonha!
O ódio brutal que enlouquece,
Que embrutece,
Que cega, que baba de raiva tamanha,
Cujos corações já mortos, necessitam
Serem necropsiados nos túmulos fétidos
Da excrescência,
Metástase que transforma seres
Que se dizem humanos,
Em monstros hidrófobos,
Cegos pela própria monstruosidade!
Contudo, a história não dorme
No leito do esquecimento:
Escancara as bocarras da imundice,
Revela mais sujeiras enrustidas
Em grupo sem um mínimo de amor
Ao próximo, na sua hora mais extrema
Quando perde um ente querido que mais amam!
E não se há
De fazer comparação
Entre os animais irracionais,
Com os ditos animais racionais.
Esses últimos, bem mais podres,
Do que a própria podridão
Que proclamam!
E não se ha de chamar
De humano,
Quem de humanidade
Nada tem!
Ante à dor alheia,
Não se lidar,
Que até
Animais não pensantes,
Sentem comiseração?
Não parte o gato
Para arrelia ,
Com o passamento
Doutro gato!
Só nos homens , animais
De bruta raça ,
Esse preceito mesquinho prevalece!
Esses sim, se regozijam,
Com a dor alheia!
Mas não me surpreende tal fato !...
Essa é a essência perversa
De alguns, desprovidos
De compaixão,
Monstros que comemoram,
Seres dos mais pútridos esgotos
Que se deleitam com a dor que punge
O peito dos outros!