Ad aeternum

Não, não quero calar

O doer profundo

Só por que o não doer..

É a regra do mundo...

Pois a infelicidade

Me abraça sem piedade

E não sou só eu..

Presa indefesa

De insana saudade...

Saudade do ninho familiar

De quando nos braços do pai e da mãe..

Eu podia me aninhar..

Das brigas infantes com os manos..

Por uma finca..uma bola..uma boneca de pano...

Eu não sei precisar.

Quantos mil anos...

Deus me fez passar..

Mas meu coração

Registrou cada momento...

E foi no luto da tragédia

Que partimos num caminhão..

Nova casa..Nova escola..

Nova e urbana.. só me serviram

Taças amargas da dura decepção...

Me salvei de qualquer jeito..

Na raça..naquilo que podia..

Formei meus planos de vida.

Nunca houve guerreira mais forte...

E cresciam minhas saudades

E as perdas ao dos Deuses contento..

As mantilhas e as mortalhas..

Até que Deus teve a soberba ideia...

A solidão se faz assim..

De saudades grandes..sem fim....

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Ad aeternum

Dorothy Carvalho

Dorothy Carvalho
Enviado por Dorothy Carvalho em 16/03/2019
Reeditado em 24/05/2021
Código do texto: T6599260
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