SUS À ESTE ANO (homenagem às vítimas de Suzano)

Seria melhor, então, que me calasse

Que não sentisse a dor das balas e machados

Que me ferem...

Que te ferem...

Que matam um pais sem ordem.

Seria melhor, então, que me cegásse

Que não lhes visse neste manto líquido e avermelhado

Que instiga tanto ódio

Tantos gritos...

E um fim...

Um silêncio.

Seria melhor, então, que não presenciásse está dor

E tantos protagonistas arrancados de suas histórias...

Deixando dor...

Magoas...

E saudades de quem nem adeus pode dizer.

Seria melhor, então, que não contemplasse tamanho caos

Que apenas deitasse e tivesse a tal certeza

Que lhes verei aprender...

Crescer...

E sorrir estes risos que hoje choram.

Me seria melhor...

Vislumbra-los correr e se perderem em qualquer outro abraço

Que não o da má sorte

Que não o do tempo

E o das perguntas que não mais serão sanadas.

Diogo Acrizio
Enviado por Diogo Acrizio em 14/03/2019
Reeditado em 15/03/2019
Código do texto: T6598203
Classificação de conteúdo: seguro