SUS À ESTE ANO (homenagem às vítimas de Suzano)
Seria melhor, então, que me calasse
Que não sentisse a dor das balas e machados
Que me ferem...
Que te ferem...
Que matam um pais sem ordem.
Seria melhor, então, que me cegásse
Que não lhes visse neste manto líquido e avermelhado
Que instiga tanto ódio
Tantos gritos...
E um fim...
Um silêncio.
Seria melhor, então, que não presenciásse está dor
E tantos protagonistas arrancados de suas histórias...
Deixando dor...
Magoas...
E saudades de quem nem adeus pode dizer.
Seria melhor, então, que não contemplasse tamanho caos
Que apenas deitasse e tivesse a tal certeza
Que lhes verei aprender...
Crescer...
E sorrir estes risos que hoje choram.
Me seria melhor...
Vislumbra-los correr e se perderem em qualquer outro abraço
Que não o da má sorte
Que não o do tempo
E o das perguntas que não mais serão sanadas.