FADO SEM TI
Quisera entendesse a falta
Que, embora perto, ainda me faz...
Tamanhos tatos e hiatos que levam-me ao ápice da loucura.
Que ternura há no caos que me serve?
Quisera me ensurdecésse
E gritando ao mundo declarasse teu amor...
Quem sabe, então, não me contente apenas pequenos atos?
Uma foto...
Um toque...
Um nome...
Um abraço?
Quisera a absoluta minha forma de amar
Fosse-te não só comum... talvez recíproca
Que de detalhes me afogásse... estes tais que ninguém (talvez eu) percebe
E me amasse...
Me adorasse...
Ou só me calasse com algum gesto, não só meu, de amor.
Quisera não me fosse de pena meu travesseiro
E lhe tivesse perpétuo aqui...
Notórias fossem não as tuas palavras, mas os gestos, mesmo que singelos, devotados por amor a mim.