O Silêncio que matou
O silêncio que matou
(Tânia Reis Mag-professora)
Era meio dia...
Ainda se via
Gente trabalhando,
alimentando,
Passando!
De repente
O desespero
Dessa gente!
A onda da morte
Quem terá a sorte?
A cirene não tocou
A barreira esvaziou
Sonhos, juventude,
Ideais,
Reais.
Levou criança,
Esperança!
Levou o adulto
Que hoje
Secou, na lama,
Apodrecido! Sem nome!
E a vida
Já não é mais possível!
Os homens escavacavam,
As máquinas soluçavam!
Buscam pedaços de gente!
E a gente busca resposta
Que possa: porquê?
O homem ... o homem!
Que some e consome
na obscuridade do ter!
Tantas vidas levadas
Lameadas, interrompidas!
Ah vida! Destemperada
Vale ? Vale? Vale?
Vale o dinheiro...
Vale a ganância...
Vale a riqueza!
E a tristeza de quem
Não voltou?
Ah gente de barro...
O coração bateu fundo
Lá no córrego do feijão
Não resistiu à lama!
Gemeram... choraram...
homens de terra e de pó, que nos deixaram tão sós !
Ai de ti óh Brumadinho!
Vendo seus filhos sumirem!
E o velho Paraopeba, recebe
o inferno da dor! Chora a morte
Da vida em flor!
Tomara que o Chico não sinta,
esse grave dissabor!
Precisamos dizer à Vale,
Que não somos feitos de ferro,
E que talvez amanhã,
Possamos de novo gritar...
Não deixe esse terror nos levar
Não somos feitos de ferro...
Vale pensar a natureza...
que reza e peleja,
para o mundo entender,
que o homem feito de ferro,
não resistiu à tormenta ,
foi levado com vida,
mas seu corpo despedaçou,
foram pegos no silêncio !!!
A cirene não tocou!