Sociedade dos poetas mortos

- me salvem de mim,

gritou o poeta,

mas já não tinha ninguém pra ouvir

- me tirem daqui,

minha prisão é a minha mente

mas ninguém quis lhe salvar

- eu não aguento mais

gritou o poeta

rasgou o papel

escreveu uma última carta de amor

pintou o chão com o próprio sangue

dançou sozinho ao som de pensamentos insanos

riu da amargura de uma vida vazia

e, num sopro só,

virou poesia

versada em pretérito perfeito.