Elegia para um morto futuro.

Chega o impasse

Entre a verdade

E os últimos suspiros

De um sonho que

Fora moldado ao nada

À custa de tudo.

Veio a ausência

De som, movimento,

Tato e visão

Quando palavras

Como aquelas

Ecoariam entre

Paredes vazias de pensamentos.

A imaginação

Sente-se culpada

Por ter tido a mínima vontade

De afastar-se do

Carrasco realismo,

Punindo a si mesma com

Mais doses de realidade.

E até mesmo

As flores da esperança

Murcham ao auge

Da efêmera primavera,

Fazendo assim o luto

Como fruto da estação.

Ações pavimentam

Um novo caminho

Para se andar

Com o fúlgido receio

De que a solitude

É uma fiel companheira

Que será a única

A te seguir até o fim.

São enfim coisas

Que devem ser aceitas

Como fatídicas condições

Por viver às cegas

Em um mundo de

Silenciosas catástrofes.

Estar de braços abertos,

Olhar esperançoso

E de ilimitada indulgência

À espera por alguém

Que nunca mais marcará

Sua presença com abraços,

Sorrisos infantis

E falsas promessas críveis.

Daniel Yukon
Enviado por Daniel Yukon em 20/01/2019
Reeditado em 22/01/2019
Código do texto: T6555096
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