Vida amarga de um negro escravo
Trancado nessa senzala,
sobre amargura e dor,
vivo a vida acorrentado,
pelas mãos dos malfeitor;
Tenho ódio do homem branco,
e muita sede de vingança,
desejo chicoteà-lo,
com um chicote de trança;
Já não durmo mais a noite,
sinto-me sem valor,
meu coração está partido,
dizimado do amor;
Na madrugada tranquila,
escravo da solidão,
fico triste desejando,
sair dessa maldição;
De manhã bem cedinho,
me obrigam à trabalhar,
e tomando chibatadas,
eu me pego a clamar;
Minh'alma clama socorro,
minha neglitude abolição,
e como escravo atordoado,
clamo pela compaixão;
Será que há saída,
da tremenda escravidão?
ou será que é pra morrer,
sem a honra do caixão?