Velho jacarandá...

 
Ah!  Meu velho jacarandá,
quanto me doeu eu ter ido lá
e encontrá-lo sem vida...
Teus galhos pálidos pelo solo,
parecia-me julgar pelo dolo
de mi’a ausência, minha partida.
 
Pela ocre planície de agosto
procurei-lhe tão com gosto!
E, no entanto, oh! Tristeza!
Encontrei-o pelo chão, caído...
O tronco cinza carcomido...
A quem deve essa proeza?
 
Tão injusta! Oh! Sim, injusta.
E bem sei o quanto me custa
não ver as lindas flores lilases
cobrindo-lhe o talhe desnudo.
Ah! Tudo se acaba. Sim, tudo...
A vida é feita dessas fases...
 
De ti jacarandá, o que me sobrou?
Além da dor, foi o verso que ficou
eternizando  a tua lembrança
nos restos cinza, na flor lilás,
Tudo passa, vai ficando lá atrás...
 Ah! O Tempo é uma fria lança...
 
 


Imagem: clicada por mim em 12 de agosto desse ano de 2018.Trata-se do pé de jacarandá da fazenda de meu pai que há uns anos atrás -em 2013, dia 15 de setembro- eu encontrei lindamente florido. Retornando em 12 de agosto o encontre assim em ruinas. certamente vítima de raios que costumam cair por lá no verão. Fiquei muito triste. Mas enfim... Como prometi dias atrás fiz o poema em apologia às suas ruinas. abaixo  segue o link do poema que fiz  em 16 de quando o encontrei florido. quem rever é só clicar no link 

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