Boca Imunda
Eu preciso só de mais uns...
Até que uma hora me corroa.
Soltar tudo para os ares,
Deixar tudo fluir.
Sou calmo, não me estresso.
Mas às vezes preciso
Mesmo quando não preciso,
Eu preciso... Ficou confuso!
Uma hora vai matar,
Uma hora irei adoecer,
Eu não lembro se dói
Ou se mata calmamente.
Apenas me entregue isso!
Um, dois, três, quatro...
Já sinto as paredes corroendo
Um veneno tão viciante!
Pior que seus beijos inocentes...
Não chore querida,
Sabes que me odeio.
Mas lembre-se,
Eu te amo!
Preciso todos os dias
Preciso o tempo todo
Preciso Morrer agora!
É sutil o jeito que morres.
O pulmão chora
A garganta rasga
E de mim sai fumaça
Cheiro e gosto ruins.
Ponho para fora toda dor
Em tosses de sangue.
A pele tão fria e branca
Eu sou um cadáver!
Mais um se vai.
Virou fumaça
Não tenho problemas.
Mas tenho vida.
Ainda sinto o sangue,
E agora sinto você.
Eu te chamei de amor,
E depois chorei horror.
Me tranco no quarto fechado,
No escuro eu enxergo bem
Minha tosse me mata
O sangue voa.
Tossi tantas vezes que morri.
O sangue jogado na tela
Fazia uma arte tão linda!
E a fumaça voltava para mim.