Precisamos de autorizações.
Autorização para nascer.
Não basta a nidação do óvulo.
Não basta toda a gestação.
E, enfim, o nascimento.
Precisamos romper o pulmão virgem
com a primeira golfada de oxigêncio.
Não basta a nidação do óvulo.
Não basta toda a gestação.
E, enfim, o nascimento.
Precisamos romper o pulmão virgem
com a primeira golfada de oxigêncio.
Precisamos de autorizações
Autorização para morrer.
Não basta envelhecer.
Cair os pelos e cabelos.
Cair os dentes.
Ficar fraco, manco, cego ou surdo.
É preciso ter misericórdia.
As feridas não fecham.
Os olhos abrem mas já não enxergam.
Autorização para morrer.
Não basta envelhecer.
Cair os pelos e cabelos.
Cair os dentes.
Ficar fraco, manco, cego ou surdo.
É preciso ter misericórdia.
As feridas não fecham.
Os olhos abrem mas já não enxergam.
Vegetamos sem vaso e
sem primavera.
Então, precisa-se de
autorização para morrer...
Permite-se.
Admite-se.
Mas, como dói.
O fim consentido.
Aplacentado de lágrimas.
Gotas virulentas
e puxam outra gotas.
E, que não me fazerm lembrar
de Ouro Preto.
De Minas Gerais.
Do barroco castiço.
No negro de olhos, pelos e
fidelidade retilínea.
sem primavera.
Então, precisa-se de
autorização para morrer...
Permite-se.
Admite-se.
Mas, como dói.
O fim consentido.
Aplacentado de lágrimas.
Gotas virulentas
e puxam outra gotas.
E, que não me fazerm lembrar
de Ouro Preto.
De Minas Gerais.
Do barroco castiço.
No negro de olhos, pelos e
fidelidade retilínea.
Autorização para morrer.
Autorização para a eternidade.
Para crença nefanda de que
nada tem fim...
Continuam por reticências.
Continuam em alma e em essência
A espalhar na cidade
um aura espessa de significados.
Autorização para a eternidade.
Para crença nefanda de que
nada tem fim...
Continuam por reticências.
Continuam em alma e em essência
A espalhar na cidade
um aura espessa de significados.
Você não morreu.
Morrerá comigo.
Quando eu me for.
Quando eu finalmente parar de existir
E todas as palavras forem poéticas.
E todas as concessões poéticas.
Todos desvarios forem líricos
Que excedem a capacidade
de estar, ser e existir.
Morrerá comigo.
Quando eu me for.
Quando eu finalmente parar de existir
E todas as palavras forem poéticas.
E todas as concessões poéticas.
Todos desvarios forem líricos
Que excedem a capacidade
de estar, ser e existir.
Autorização para morrer.
A autoridade não é minha.
É da finitude da vida.
Mas, nunca do afeto.
A autoridade não é minha.
É da finitude da vida.
Mas, nunca do afeto.