A voz do silêncio.

Em algum momento

Normalmente aquele, em que ninguém vê

A semente rompe em broto

E germina

Vem a luz do Sol, um alento

Presente em não sei o quê

A força oculta, o broto em folha

A vida segue o seu rumo

Regada de esperança e alegria

Alternando dia e madrugada

Vem tudo, tudo que se vê

E o oculto também

Do Céu, do chão, de mais além

Você não acredita e nem duvida

Não dispensa a devida atenção

Mas em algum momento

Normalmente naquele em que ninguém olha

Alegria perde a força, esperança se vai

Cai a folha, nada muda

Prossegue

Não precisa licença ou ajuda

Caem a chuva e as lágrimas, cai o pano

E tudo se renova, de acordo com os Planos

Mas ninguém percebe

É uma eterna procura

Olhando pra todos os lados

Sem prestar muita atenção

Na sequência que se alterna

A semente rompe em broto

E termina

A altercação diminuta

Pois a vida não é disputa

É só vida

Fala e grita em silêncio

Pode ser que seja

Do jeito que penso ou não

Pouca diferença há no final

Afinal

Não se escuta a voz da vida.

Edson Ricardo Paiva