Despedidas
Essa alma estranha, fria e tristemente apaixonada.
Um sonho dourado, queimando diante de olhares zombeteiros.
Aquela canção macabra que tantos dançaram com maestria.
Um desejo vazio esmaecendo em cinzas,
sem dor,
mas banhado em sangue purpúreo.
Quedava - se outra porta fechada.
Sentimentos sem brilho e opacos,
feito noite sem estrelas ou Lua.
Tão amarga feito bebida antiga de frade.
Tão fria feito a sepultura de minha graça,
cravejada em lírios brancos.
O terno negro...
As mãos no bolso, um óculos quebrado.
O suor escorrendo pela face,
no despertar soturno de triste pesadelo.
Enquanto na sala jaz silhueta solitária e melancólica puxando a poltrona empoeirada,
ainda ansiando pela conversa mordaz.
A mala pronta, um trago de whisky,
o último fio de perfume no ar.
Eram quadros, de uma e de tantas despedidas,
Partindo - se em pedaços de uma mesma dor sofrida.
O som repetitivo de cacos que jamais tocariam o chão.
Era apenas outros corações partidos.
Apenas outro corpo, agora, sem alma
Entregando á cores sem vida seu último ato de fé...