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Para uma noite triste, de uma amiga triste.



DORMENTE

Nesta noite,
tens a dor hospedada em tua alma,
tens o silêncio da dor ampliado em tua sala,
tens a dor do silêncio vadiando na voz embargada
que me fala,
tens nos olhos mareados o grito preso da garganta,
tens vontade de vomitar o que dói dentro em ti,
tens o inexplicável tatuado em perguntas sem respostas,
tens  teus  sonhos implodidos  tods de uma vez.
Tens o sorriso apenas como movimentos musculares,
porque perdeste o rumo do olhar 
e luzes  já não consegues enxergar.  
Tens pressa no tempo e o tempo não passa, 
porque o teu passado ainda está amarrado,
junto à bagagem que ainda tens para carregar. 
Tens o corpo dormente e ainda é grande a estrada,
falta muito para chegar e  quase não podes
caminhar. 
Tens os pecados cobrados em pesos pesados
e esta conta você não deve, mas  se sente na obrigação de pagar.
Ah! Minha amiga!
Perdoa-me se nada posso fazer a não ser escutar
o que falas calada no teu sentir.
Saibas que eu gostaria muito de te livrar desse martírio.
Se pudesse, eu rasgaria e jogaria fora os todos os teus suplícios,
para que pudesses ao sono entregar
o teu o corpo doido e tua alma afoita, 
e nesse descanso pudesses sonhar.